Se o que você procura, ou acha que procura, é uma pessoa perfeitinha, meiguinha, educadinha, robozinha. Definitivamente, eu cedo o meu lugar. Definitivamente não sou eu quem você queria por toda a vida ou, de repente, não foi você por quem passei um bom bocado esperando. Sim, eu, a pseudo-intelectuazinha, aquela que acha beijo super dispensável e que acha que beleza colocada a mesa ridículo. Pequeno. Infantil. Mas que é infantil, que adora fazer brincadeira fora de hora, e fazer bico, e fazer caretinha e cara de ingenua, quando na verdade, não há nada de ingenuo. Há de sedutor, minha maneira de seduzir é outra. Eu chego aos poucos e quando se dão por si, já entrei, já sentei e estou assistindo televisão deitada no sofá. Eu sou como ar, que julgamos desnecessário até que falte. Sou como doença venérea. Sou como doença mental. Como visão no deserto. Tomo conta. Tomo tudo. Possuo.
Por isso, se o que você procura é menina para casar. E casa monótona. E monotonia que leva a outra pessoa. Eu, definitivamente, cedo o meu lugar. Sempre gostei, mais do que sair, de tirar da rotina. E dominar. E domar. E possuir. Ou pensar que possui e viver assim por um tempo. E de uma monotonia que traga a mim. E libertar. E me libertar. E viver. Sozinha.
Por isso eu sempre procurei menino para casar. Mas em outra perspectiva. Menino para casar. Me esperar em casa. Me cuidar. Me dominar. E domar. E me prender. E me aceitar.
Por isso eu cedo. Definitivamente. Sou um menino de saias. Procuro pelo que não posso dar. Não sou metade da laranja. Talvez eu seja metade do limão, adicione sal. Talvez eu seja metade do limão, adicione gelo e vodca. Talvez eu seja um inteiro, aí cabe a você se virar.
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