sábado, 21 de junho de 2008

Sem título.

E, para variar, hoje ela desistiu de mais um sonho. Seu histórico a condena, ela sempre desiste, pois tem medo de enfrentar. Sempre foi assim e não será agora que mudará.
Quando criança desistiu da sua primeira paixãozinha, na verdade não foi uma desistência propriamente dita, ela perdeu. Perdeu para sua então, melhor amiga. Então veio a próxima desistência, deixou de lado o sonho de tornar-se uma atriz mirim, sua timidez não a permitia tal condição. Já um pouco crescida desistiu de ser modelo, percebeu que sua beleza não era tão estonteante como sua mãe a fez acreditar. Aí ela conheceu o amor, bom, ela acha que o conheceu. E a distância fez com que algo não muito bom acontecesse. E ela desistiu mais uma vez. Veio o ensino médio e, percebendo ter perdido as amigas do fundamental, e vendo ainda que não podia fazer mais nada pela amizade, desistiu. Desistiu também nessa época de ser uma filha prodígio e uma aluna exemplar. As notas ainda eram altas, mas pergunte-a alguma coisa e veja se as notas foram o aprendizado adquirido. A irmã fazia muito bem, obrigada, o papel de filha prodígio. Covardia ter-se duas em uma só família. Assumiu então o papel de ovelha negra, que sempre lhe caiu melhor. Talvez por isso, sempre preferiu as vilãs às mocinhas. Assumiu os palavrões que sempre pensava e os incluiu ao seu vocabulário. Se sentiu bem. E veio o último ano colegial. O mais difícil. E foi nele que ela se tornou mais covarde. Logo no início se entregou a uma crise depressiva, essa não foi imaginária. Fez sua mãe se preocupar além do necessário. Ela havia desistido de si. E se encontrou em um Ser superior, que lhe deu forças para seguir. Julgando se bem, resolveu declarar um amor que, definitivamente, não era recíproco. Ele não a quis e não é difícil imaginar o que ela fez. Veio o turbulento vestibular após um ano tão desesperador quanto havia sido o dela. Passou para outro curso que não o desejado. Fez uma cirurgia estética antes de sua maioridade. Fez por conta de sua exagerada baixo auto-estima. Mas não valeu de nada, já que a baixo auto-estima continua... Iniciou-se na universidade. Agora ela estava cara a cara com o mundo adulto. E ela acabou desistindo, após perceber que não queria crescer. Não queria fingir. Ela sempre abominou falsidade e pela primeira vez ela lidava com ela de forma tão explícita, de forma tão feia. Ela fugiu. Ela conheceu boas pessoas que quer ter sempre por perto, porém o ambiente a fazia mal. Ela se sentiu tão bem em seu último dia. Ela tinha quitado a dívida com seu eu e, para uma pessoa fraca como ela, era um progresso e tanto. Maldito site de relacionamento tão ovacionado pela sociedade e seu vício constante. Graças a esse vício ela teve sua pior decepção e sua mais difícil desistência. Ela viu que o amor a que ela se dedicou tanto e nunca aconteceu. Nunca acontecerá. E desistiu dessa vez para valer. E doeu tanto! E vai doer, mas ela vai esquecer. Dessa vez ela não desistirá. Ela vai esquecer.
Após tudo isso que ela passou e acabou superando, ela sabe que de alguma forma ela é forte. Ela é a fortaleza em pessoa. Ela só se pergunta até quando ela terá que desistir de tudo o que mais deseja....

4 comentários:

  1. Ahhh, postou. o/

    mas gaata, a gente acaba desistindo mesmo. só não pode nunca desistir do que nos faz bem, o resto...

    =**

    ResponderExcluir
  2. Nossa... nunca pensei que se considerassa fraca, pelo contrario, foi sempre uma das minhas referencias de força e independencia.

    ResponderExcluir
  3. Que mané desistir , por mais que pareça estranho as coisas sempre acontecem da melhor forma possível, no lugar de desistir eu diria que vc teve coragem pra deixar de lado coisas que não valiam a pena, vc teve a coragem de sair de um curso que não gostava, muitos não tem essa coragem,
    continue assim, e vc vai separando o Roio do trigo

    ResponderExcluir